Vamos lá ser honestos: durante anos, a Margem Sul foi olhada de lado. Aquela zona “do outro lado da ponte”, onde só se ia para ir à praia ou visitar a avó. Mas hoje? A Margem Sul está na moda. Sim, leste bem. E o mais engraçado? Ninguém quer admitir isso — pelo menos não muito alto.
A verdade é que a Margem Sul deixou de ser apenas um sítio de passagem e tornou-se o destino. Não acreditas? Então lê estas 6 razões e vê se não te identificas (ou, pelo menos, se não ficas com vontade de atravessar a ponte).
1. Qualidade de vida (sim, isso existe por cá)
Enquanto Lisboa está cada vez mais caótica, cara e cheia de turistas com mapas na mão a bloquearem as ruas, por aqui vive-se com outra calma. Há espaço. Há tempo. E há silêncio.
Na Margem Sul, consegues acordar com o som dos passarinhos em vez dos buzinaços do trânsito. Tens supermercados com estacionamento. Os cafés ainda te dão aquele “bom dia” com sorriso. Parece básico, mas experimenta viver sem isso.
E a melhor parte? Consegues ter uma casa com varanda e espaço para um cão (ou dois!) sem ter de vender um rim.
2. Praias, mar e sunsets que valem a viagem
Vamos falar de praias. Caparica, Fonte da Telha, Meco… nomes que já fazem parte do vocabulário de qualquer lisboeta em modo verão.
Mas quem vive na Margem Sul tem aquele privilégio que vale ouro: estar a 10 minutos da areia, o ano inteiro. Dá para dar um salto ao mar depois do trabalho, fazer surf ao nascer do sol, ou ver o pôr-do-sol com uma cerveja na mão e os pés na areia.
Ah, e nem falámos dos sunsets da Costa. Se ainda não foste a um, estás a perder parte da tua juventude.
3. Menos stress, mais espaço para viver
Não é só uma frase bonita — é mesmo verdade. Aqui, a vida tem outro ritmo. O trânsito existe, claro, mas não te tira 1h30 de vida todos os dias. As filas nos cafés não te fazem repensar as tuas escolhas. E as pessoas… são diferentes.
Na Margem Sul, há um espírito mais descontraído. Menos gravatas, mais chinelos. Menos pressa, mais tempo. É como se a vida fosse levada mais a sério — mas no bom sentido.
E sim, podes rir-te à vontade: até o ar parece mais leve.
4. Está mais cool do que se pensa (mas em silêncio)
Ainda ninguém quer dizer isto alto, mas a Margem Sul está cheia de spots cool: restaurantes com bom gosto, cafés com brunch digno de Instagram, mercadinhos locais, arte urbana e até coworks com vista para o Tejo.
Setúbal tem uma vibe quase mediterrânica. Almada está cheia de spots criativos. Barreiro está a renascer com eventos culturais e nova energia. E Seixal… já viste o pôr-do-sol do passeio ribeirinho?
Tudo isto sem o pretensiosismo de certos bairros “hipsters” do outro lado do rio.
5. Preços (ainda) normais
Enquanto Lisboa continua a brincar ao Monopoly com os preços das rendas, por aqui ainda se consegue respirar. Não é barato — vamos ser sinceros — mas também não é aquele absurdo de pagar 1200€ por um T1 sem janelas.
Na Margem Sul, consegues encontrar casas com espaço, varanda, garagem (milagre!) e ainda sobram uns trocos para viver. E o custo de vida acompanha: cafés a 0,70€, almoços a preços humanos e supermercados sem filas de influencers a fotografar os iogurtes.
6. A ponte já não é um drama (vá, quase nunca)
Vamos falar de transportes. Sim, há engarrafamentos. Sim, às vezes ficas preso na ponte como se fosse um ritual de iniciação. Mas — e este “mas” é importante — hoje em dia há alternativas.
Comboios da Fertagus (com wi-fi e tudo), barcos rápidos (Cacilhas, love u), ciclovias para os aventureiros e até carrinhas de carpool a combinar no WhatsApp. Já não é preciso ser mártir para trabalhar em Lisboa e viver na Margem Sul.
E convenhamos: o tempo que ganhas em qualidade de vida compensa aquele ocasional engarrafamento.
Conclusão: A Margem Sul está a crescer — mas continua a ser nossa
A Margem Sul está a atrair gente. Gente que quer mais espaço, mais natureza, mais liberdade. Está na moda, sim. Mas, felizmente, ainda tem aquele lado autêntico, longe da gentrificação desenfreada. Aqui, o vizinho ainda te diz “boa tarde”. Ainda se grelha peixe ao domingo. Ainda se vivem dias mais lentos — e noites mais estreladas.
Por isso, se vives na Margem Sul, aproveita. Se não vives… experimenta. Mas cuidado: pode ser que não queiras mais sair.